Um dos objetivos do SINTENO é mostra e discutir diferentes iniciativas e formas de repensar a educação tradicional. Por isso, nosso conteúdo será bem variado, e tentarei abordar diversos tipos de escola, metodologias, iniciativas e exemplos passados e atuais. O objetivo é revelar que há um mundo de novidades nessa ideia de nova educação, que muitas vezes estão do nosso lado e a gente nem conhece (ou imagina que já exista).
Acredito que divulgar essas novas formas de se fazer escola é super importante para munir as pessoas de conhecimento e informação na tomada de decisões importantes na nossa vida, a exemplo da escolha da escola para os filhos. Mais ainda: reunir exemplos práticos que podem servir de inspiração para novas iniciativas e para uma nova postura promove um caminho interessante para um novo educar. Sou eu tentando fazer a minha parte e colocar aqui um pouco do que eu já conheço, do que descubro e para que as pessoas também me mostrem novidades que ainda não conheço e, assim, possamos partilhar informações. E para isso, inauguro uma seção do blog que se chama “NOVA EDUCAÇÃO NA PRÁTICA”.
Para começar, me inspirei no dia da mulher essa semana e resolvi escolher um assunto que é até bastante conhecido por muita gente, e que é fruto do trabalho de uma mulher incrível: a educação Montessoriana. Já ouvi várias pessoas – que não são do ramo da educação – se remetendo a Montessori para mim como referência para montar o quarto do bebê ou espaço das crianças.
Isso porque o quarto montessoriano é pensado de forma diferente: seu objetivo é dar autonomia às crianças e estimulá-las de diferentes maneiras, por isso, boa parte dos objetos fica ao alcance delas (para estimular a livre escolha e a autonomia), a cama fica bem baixinha (ou no chão), a decoração costuma ser minimalista e segura (sem tomadas ou objetos pontiagudos/cortantes perto dos pequenos), vários móveis são disponibilizados em versão miniatura (como mesas e cadeiras), há espelhos (para que a criança se reconheça e veja que é uma pessoa distinta da mãe), entre outras características.
Acredito que divulgar essas novas formas de se fazer escola é super importante para munir as pessoas de conhecimento e informação na tomada de decisões importantes na nossa vida, a exemplo da escolha da escola para os filhos. Mais ainda: reunir exemplos práticos que podem servir de inspiração para novas iniciativas e para uma nova postura promove um caminho interessante para um novo educar. Sou eu tentando fazer a minha parte e colocar aqui um pouco do que eu já conheço, do que descubro e para que as pessoas também me mostrem novidades que ainda não conheço e, assim, possamos partilhar informações. E para isso, inauguro uma seção do blog que se chama “NOVA EDUCAÇÃO NA PRÁTICA”.
Para começar, me inspirei no dia da mulher essa semana e resolvi escolher um assunto que é até bastante conhecido por muita gente, e que é fruto do trabalho de uma mulher incrível: a educação Montessoriana. Já ouvi várias pessoas – que não são do ramo da educação – se remetendo a Montessori para mim como referência para montar o quarto do bebê ou espaço das crianças.
Isso porque o quarto montessoriano é pensado de forma diferente: seu objetivo é dar autonomia às crianças e estimulá-las de diferentes maneiras, por isso, boa parte dos objetos fica ao alcance delas (para estimular a livre escolha e a autonomia), a cama fica bem baixinha (ou no chão), a decoração costuma ser minimalista e segura (sem tomadas ou objetos pontiagudos/cortantes perto dos pequenos), vários móveis são disponibilizados em versão miniatura (como mesas e cadeiras), há espelhos (para que a criança se reconheça e veja que é uma pessoa distinta da mãe), entre outras características.
Exemplos de quartos montessorianos:
Sem saber, eu estudei matemática na escola através do Material Dourado, cuja concepção cabe à Montessori. Eu realmente gostava de aprender matemática daquele forma e, nesse ponto, minha escola acertou! O material dourado é também uma famosa ferramenta de educação de Montessori, embora nem sempre seja dito que é dela sua autoria.
Mas o quarto e o material são só a pontinha do Iceberg de tudo o que representa o método Montessori. Então, vamos começar falando da dona dele, uma mulher cuja história é incrível. A Maria Montessori foi a primeira mulher a se formar em Medicina na Itália e direcionou sua carreira para o estudo da psiquiatria infantil (estudou crianças com retardo mental) e por isso começou a estudar a educação e pensa-la sob outra perspectiva. Ela graduou-se também em pedagogia, antropologia e psicologia e colocou suas ideias em prática em um lugar que se chamava Casa dei Bambini (Casa das Crianças). Além de pensar a teoria que norteou seus trabalhos, ela também idealizou os materiais didáticos que seriam utilizados, bem como o espaço em que o aprendizado aconteceria. O ponto chave de seu método é a ideia de que cada criança tem um potencial que precisa ser apresentado e desenvolvido e que a educação deve ser um instrumento para que a criança liberte sua verdadeira natureza, para que esta possa ser observada, entendida e trabalhada para que a aprendizagem se desenvolva com base na evolução da criança, e não o contrário.
Mas o quarto e o material são só a pontinha do Iceberg de tudo o que representa o método Montessori. Então, vamos começar falando da dona dele, uma mulher cuja história é incrível. A Maria Montessori foi a primeira mulher a se formar em Medicina na Itália e direcionou sua carreira para o estudo da psiquiatria infantil (estudou crianças com retardo mental) e por isso começou a estudar a educação e pensa-la sob outra perspectiva. Ela graduou-se também em pedagogia, antropologia e psicologia e colocou suas ideias em prática em um lugar que se chamava Casa dei Bambini (Casa das Crianças). Além de pensar a teoria que norteou seus trabalhos, ela também idealizou os materiais didáticos que seriam utilizados, bem como o espaço em que o aprendizado aconteceria. O ponto chave de seu método é a ideia de que cada criança tem um potencial que precisa ser apresentado e desenvolvido e que a educação deve ser um instrumento para que a criança liberte sua verdadeira natureza, para que esta possa ser observada, entendida e trabalhada para que a aprendizagem se desenvolva com base na evolução da criança, e não o contrário.
Primeira Casa dei Bambini em fotos da época e fotos atuais:
Para Montessori, o potencial de aprender está em cada um de nós. Ela coloca que, diferentemente dos outros métodos de educação, que são baseados em trabalhos adultos para ensinar e educar a criança, o denominado método Montessori está baseado na ideia de que a própria criança deve ser pivô de sua educação. “Ao dizer criança, não estou me referindo à criança como as pessoas as veem habitualmente, mas principalmente sua alma profunda, vista de uma perspectiva sem precedente”. Para ela, o trabalho deve ser desenvolvido tendo em vista a busca de dois objetivos:
1) a construção de um ambiente apropriado, de um contexto que responda às suas necessidades físicas e espirituais, onde possa agir livremente e onde encontre as motivações necessárias para guia-la rumo às atividades construtivas que correspondem à sua necessidade de desenvolvimento e
2) a criação de uma mudança de atitude dos adultos em relação às crianças, pois as crianças devem estar em contato com um adulto que esteja familiarizado com as regras que regem sua vida, mas que não a entrave por meio de superproteção ou através de atitudes que forcem-na a agir sem levar em conta suas necessidades
O método Montessori é apoiado por seis pilares:
· Auto educação: a criança tem uma capacidade inata de aprender. É só observarmos como as crianças são verdadeiras “esponjas”: elas absorvem tudo o que lhes é apresentado. Ela tenta compreender, investiga, pesquisa, testa tudo (inclusive o comportamento dos adultos!).
· Educação cósmica: a ideia de que o educador deve levar o conhecimento à criança de forma organizada (cosmos significa ordem, em oposição ao caos) de forma a estimular sua imaginação e evidenciar que tudo no mundo tem um papel e que ela deve ser consciente em relação a seu papel no mundo.
· Educação como ciência: o professor utiliza o método científico de observações, hipóteses e teorias para encontrar a melhor forma de ensinar cada criança e verificar o resultado deste processo de ensinagem (sim, essa palavra existe e vamos falar dela em alguns posts posteriores).
· Ambiente preparado: aqui se encaixa a ideia do quarto Montessori que falei anteriormente, mas cabem também diversos outros ambientes em que a criança esteja, como a própria escola. O ambiente preparado é aquele onde a criança pode se expressar, de acordo com suas necessidades biológicas e psicológicas.
· Adulto preparado: é o profissional que auxilia a criança no seu desenvolvimento completo. Esse adulto deve conhecer cientificamente as fases do desenvolvimento infantil e, por meio de seus conhecimentos e ferramentas, orientar a criança em seu aprendizado, criando condições para que isso aconteça.
· Criança equilibrada: Montessori entende como qualquer criança em desenvolvimento natural e ela também entende que essas crianças expressam características que lhes são inatas. Todas as crianças nascem com essas características e as demonstram principalmente entre zero e seis anos de idade.
Na minha opinião, os pontos centrais que fazem do método montessoriano muito interessante são: o fato de o aluno poder expressar sua potência livremente, o estímulo dado para que as características inatas apareçam e sejam desenvolvidas, o papel do professor como um orientador e não como protagonista (o que acontece na educação tradicional) e a ideia de como os espaço s são concebidos em prol do aprendizado da criança, não só racional, mas também sensorial, corporal e relacional.
1) a construção de um ambiente apropriado, de um contexto que responda às suas necessidades físicas e espirituais, onde possa agir livremente e onde encontre as motivações necessárias para guia-la rumo às atividades construtivas que correspondem à sua necessidade de desenvolvimento e
2) a criação de uma mudança de atitude dos adultos em relação às crianças, pois as crianças devem estar em contato com um adulto que esteja familiarizado com as regras que regem sua vida, mas que não a entrave por meio de superproteção ou através de atitudes que forcem-na a agir sem levar em conta suas necessidades
O método Montessori é apoiado por seis pilares:
· Auto educação: a criança tem uma capacidade inata de aprender. É só observarmos como as crianças são verdadeiras “esponjas”: elas absorvem tudo o que lhes é apresentado. Ela tenta compreender, investiga, pesquisa, testa tudo (inclusive o comportamento dos adultos!).
· Educação cósmica: a ideia de que o educador deve levar o conhecimento à criança de forma organizada (cosmos significa ordem, em oposição ao caos) de forma a estimular sua imaginação e evidenciar que tudo no mundo tem um papel e que ela deve ser consciente em relação a seu papel no mundo.
· Educação como ciência: o professor utiliza o método científico de observações, hipóteses e teorias para encontrar a melhor forma de ensinar cada criança e verificar o resultado deste processo de ensinagem (sim, essa palavra existe e vamos falar dela em alguns posts posteriores).
· Ambiente preparado: aqui se encaixa a ideia do quarto Montessori que falei anteriormente, mas cabem também diversos outros ambientes em que a criança esteja, como a própria escola. O ambiente preparado é aquele onde a criança pode se expressar, de acordo com suas necessidades biológicas e psicológicas.
· Adulto preparado: é o profissional que auxilia a criança no seu desenvolvimento completo. Esse adulto deve conhecer cientificamente as fases do desenvolvimento infantil e, por meio de seus conhecimentos e ferramentas, orientar a criança em seu aprendizado, criando condições para que isso aconteça.
· Criança equilibrada: Montessori entende como qualquer criança em desenvolvimento natural e ela também entende que essas crianças expressam características que lhes são inatas. Todas as crianças nascem com essas características e as demonstram principalmente entre zero e seis anos de idade.
Na minha opinião, os pontos centrais que fazem do método montessoriano muito interessante são: o fato de o aluno poder expressar sua potência livremente, o estímulo dado para que as características inatas apareçam e sejam desenvolvidas, o papel do professor como um orientador e não como protagonista (o que acontece na educação tradicional) e a ideia de como os espaço s são concebidos em prol do aprendizado da criança, não só racional, mas também sensorial, corporal e relacional.
Exemplo de escola montessoriana (espaços):
Alguns alunos que estudaram em escolas Montessorianas:
Sergey Brin (co-fundador do Google):
“Cheguei no país com seis anos e imediatamente fui para uma escola Montessori. […] Eu realmente acho que me beneficiei da educação Montessori, que de algumas maneiras dá aos alunos muito mais liberdade para fazer as coisas do seu jeito, e para descobrir. Interessante que meu parceiro Larry Page também tenha ido a um jardim de infância e pré-escola Montessori; é algo que temos em comum. Eu acho mesmo que algum crédito da vontade de ir atrás de seus interesses… você pode ligar isso àquela educação Montessori”.
Andrew McAfee (Colunista da Harvard Business Review e pesquisador do MIT):
“Estou muito contente de saber que o método Montessori está começando a ser utilizado em escolas públicas [nos Estados Unidos]. E estou ansioso por mais pesquisas sobre as vantagens e desvantagens desta abordagem educacional. Até que me convençam do contrário, continuarei a acreditar em Montessori e a recomendá-lo para os pais”.
Sergey Brin (co-fundador do Google):
“Cheguei no país com seis anos e imediatamente fui para uma escola Montessori. […] Eu realmente acho que me beneficiei da educação Montessori, que de algumas maneiras dá aos alunos muito mais liberdade para fazer as coisas do seu jeito, e para descobrir. Interessante que meu parceiro Larry Page também tenha ido a um jardim de infância e pré-escola Montessori; é algo que temos em comum. Eu acho mesmo que algum crédito da vontade de ir atrás de seus interesses… você pode ligar isso àquela educação Montessori”.
Andrew McAfee (Colunista da Harvard Business Review e pesquisador do MIT):
“Estou muito contente de saber que o método Montessori está começando a ser utilizado em escolas públicas [nos Estados Unidos]. E estou ansioso por mais pesquisas sobre as vantagens e desvantagens desta abordagem educacional. Até que me convençam do contrário, continuarei a acreditar em Montessori e a recomendá-lo para os pais”.